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2 de junho de 2011

Inclusão Escolar: A questão é Incluindo quem?

 

Incluindo quem?

Diante de uma sociedade avançada, provida de valores e informações importantes sobre os seus direitos, privilégios e deveres, surge a necessidade de se dialogar cada vez mais sobre a inclusão de portadores de necessidades especiais no contexto escolar. O país está apoiado em leis, normas, declarações e resoluções que deixam claro a importância dos conteúdos sobre a necessidade da inclusão escolar. Mas a formação das pessoas que es-tão inseridas neste ambiente, que prestam ser-viço e atendimento a esses indivíduos, que deverá receber e atender esses portadores de necessidades especiais estará adequada para tal função? Quando falo de pessoas me refiro a todos os profissionais envolvidos, pois o aluno não pode ser e nem será só atendido pelo professor, esse aluno também faz parte de um grupo que utiliza todos os ambientes da escola.

Na realidade, quando falamos em inclusão escolar ainda surgem dúvidas no entendimento. O pouco preparo e a falta de recursos materiais faz com que muitas vezes esse atendimento seja feito pela metade, não por a escola não estar preparada em seu espaço físico, mas por seus profissionais não possuir realmente orientação sobre como lidar com a diferença existente. Cada deficiência requer um tipo de atendimento e ao mesmo tempo todas requer um atendimento único que é a aceitação. Dar oportunidade para todos significa respeitar as diferenças e de uma maneira ou de outra, todos os que recebem e lidam com esses indivíduos , também faz parte de um processo de inclusão. Tratar de incluir não é só fazer o trabalho que lhe é conferido, mas é proporcionar ao outro uma maneira igual de ser e viver. Fica muitas vezes difícil trabalhar esse assunto, pois parece que só na escola isso deva acontecer. Contudo, é perceptível que em passos lentos é que as coisas acontecem. Nas ruas, por exemplo, há poucas rampas de acesso para cadeirantes, ônibus que não atendem as necessidades dos usuários especiais, entre outras coisas que deixam o atendimento desse cidadão, portador de necessidade especial, a desejar. È urgente a necessidade de se entender bem às pessoas com necessidades especiais de forma que sintam que não atrapalham ou atrasam o bom andamento dos “normais”. Essas necessidades devem ser priorizadas nas questões relacionadas à educação, saúde, justiça, ou seja, em todos os âmbitos e espaços dos quais elas fazem parte. Nesse sentido, a inclusão deve acontecer em todos os ambientes e com todos indistintamente.

O atendimento a essas pessoas deve ser plenamente efetivado e valorizado em todos os seus aspectos, sendo necessário salientar que, as escolas, responsáveis pela formação de seus professores devem ter um olhar mais direcionado à esse assunto, proporcionando condições de aprendizagem a esses profissionais que irão lidar com o assunto em questão, formando profissionais capazes de exercer as mudanças necessárias para uma educação de qualidade e igualitária para todos. É coletivamente que aprendemos, elaboramos, construímos valores, transformamos idéias. Incluir, nesse caso, significa somar. Mas para tudo isso acontecer volto a afirmar que precisamos estar preparados em todos os sentidos, inclusive o de aceitar que fazemos também parte do processo de inclusão. Para tudo isso existir deve haver uma sociedade disposta a debater, conviver , relacionar-se e mudar valores ,colocando em prática o que já existe a respeito do assunto. O debate em torno da formação do professor e de outros profissionais que atuam na escola, deve ser realizado com urgência para que a inclusão seja um assunto tratado como todos os demais ligados à educação e à vida social a que todos têm direito.


A autora, Gisele Scalise de Camargo Verdinasse, é pedagoga, psicopedagoga institucional, atualmente vice-diretora de escola da Rede Estadual de Ensino

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